Ermitão francês na Irlanda


Esse eremita oferece a própria vida como sacrifício para salvação do mundo, ou seja, seu amor, sua solidão e sua oração em prol da salvação das almas.

David Jones passou grande parte da juventude na Igreja Batista. Até o dia em que finalmente entrou em uma igreja católica. Foi no fim dos anos de 1960. Encantado com a beleza dos cantos em latim e a fumaça do incenso, o jovem foi atraído pela dimensão mística da liturgia católica. Sua conversão foi imediata.

Do mosteiro francês a ermitão irlandês

Rapidamente, ele se encantou pela vida monástica. Com a bênção dos pais, entrou para a comunidade beneditina da França. Lá passou muitos anos antes de viver em vários mosteiros da Europa, inclusive na Itália. Finalmente, os caminhos o levaram a Duleek, na Irlanda. Lá, ele se instalou definitivamente e virou um ermitão.

A vida eremítica

A vida de leitura bíblica, leituras especiais, eucaristia, liturgia das horas, terço, oração, adoração, meditação, contemplação, silêncio e solidão. Assim vive o eremita. A glória celestial numa realidade terrena. Imanência e transcendência no mistério do deserto e da corte angelical. A vida eremítica é um mistério. Tem interconexão com mistério da fé e da Santíssima Trindade. A abissal interface da espiritualidade.

É de suma importância entender a vida eremítica como uma vocação especial. Nos eremitérios se vive unicamente em função de Deus e de sua glória. O Ofício Divino define todo o dia do eremita. Aqui se vive para adorar a Deus e cantar os seus louvores, bendizer seu Santo Nome e render-lhe infinitas graças. Mas também a missão de interceder pelo bem-estar da humanidade.

Ensina o Abade Santo Antão:

“Todo ser dotado de inteligência espiritual, aquele para quem veio o Senhor, deve tomar consciência de sua própria natureza, isto é, deve conhecer-se a si mesmo”. “Caros irmãos, chamados a partilhar da herança dos santos, agora estais próximos de todas as virtudes. Todas elas vos pertencem se não vos embaraçais na vida carnal, mas permaneceis transparentes diante de Deus. É a pessoas capazes de me compreender que escrevo a pessoas em condições de se conhecerem a si mesmas. Quem se conhece, tem a obrigação de adorar a Deus como convém”.

Diante de tantas incompatibilidades, de confusão sobre tudo e sobre todos, da perda do sagrado e do amor ao próximo, que a Santíssima Trindade possa suscitar muitas vocações eremíticas para incendiar o mundo com suas preces intercessoras. São os místicos, os eremitas, os monges que pelas suas vidas santas impactam e convertem o mundo!


Frei Inácio José do Vale

Professor e conferencista

Sociólogo em Ciência da Religião

Fraternidade Sacerdotal Jesus Cáritas

Bem-aventurado Charles de Foucauld

Comentários

Postagens mais visitadas