Eremitismo de volta, dos primórdios da era cristã ao século 21

Em pleno século 21 está surgindo uma bela tendência  em nossas cidades e Dioceses: vivida por homens, mulheres e jovens que são chamados de eremitas. Para muitos é uma novidade, mas existem, fazendo parte das modalidades de consagração na Igreja.

A sustentação para o eremitismo  é bíblica: temos vários exemplos que viviam a rigor influenciados pelo pensamento da sua época, como pelos problemas socias, a espera do messias, etc, daí temos Elias, João Batista e outros.

"E falou o Senhor a Elias, dizendo-lhe: Sai daqui dirija-te para o Oriente e esconde-te na fonte do Carit, que está defronte o Jordão. Ali beberás da fonte e mandei aos corvos que te levem de comer.” (III Rs, 3,4).

A sustentação também se encontra na tradição da Igreja, que desde seus primórdios voluntariamente várias pessoas decidiam viver pobres, castos e obedientes, de maneira privada, nas grutas, cidades, nos desertos, montanhas etc.

Somente quando  a Igreja se institucionalizou que começou a existir os eremitas que fazem votos diante do bispo, os eremitas Diocesanos, mas mesmo assim, muitos preferem viver de maneira privada.

O Eremita hoje

A essência é a mesma: viver com radicalidade o batismo, fugir do pecado, buscar a santidade, porém as formas e maneiras mudaram, pois o mundo e a Igreja mudaram, assim os eremitas atuais.

Vemos eremitas trabalhando em variadas profissões, como professores, garis, padeiros etc, que não possuem àquela aparência rústica ou primitiva. Contudo é um chamado pessoal, quem arisca  é chamado a viver de acordo com sua regra de vida.

Eremitas de Charles de Foucauld

Uma espiritualidade muito rica e vivida pelo autor deste artigo, na escola de Nazaré. Formada por milhares de eremitas no mundo inteiro, com uma intenção fundamental: amar Jesus, imitando-o; amar seus irmãos, servindo-os e convivendo com eles, como Jesus.

Charles de Foucauld viveu três anos como caseiro das clarissas em Nazaré, morando num pequeno casebre; sonhou comprar uma montanha em Nazaré, mas não teve êxito, por fim esteve no deserto entre os mulçumanos, de onde derramou seu sangue.

Os eremitas de Foucauld ou irmãozinhos são pessoas de muito oração, contemplativos, mas também são próximos, acessíveis,  vivem conforme o povo, sofrendo com eles a exclusão e marginalização. Para os irmãozinhos a separação não se situa no nível da presença do mundo, mas na escolha das atividades; existem os irmaozinhos árabes com os árabes,  ciganos com os ciganos etc.

Conclusão

Primeiramente os eremitas antigos protestavam com sua vida contra o pecado do mundo, elsaindo do caos, hoje estão no mundo desprovido de justiça, paz e fé para testemunhar com sua vida, construindo o amor que é capaz de curar todas as feridas! Isso é ser eremita, não é algo de outro mundo, mas do nosso mundo que voltou com toda força.

Fontes:

SILCANO,bispo XVLIV de Jerusalém. Livro da instituição dos primeiros monges fundados no antigo testamento e que perseveraram no novo. Trad. Aymerico. Madrid: Imprensa e livraria vida de Sigirano, 1958.

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