Esquecida nos livros, mas imprescíndivel: Anne Cadoret, seguidora de Jesus de Nazaré

Touggourt - 1940 - ir.Anna - Nossa Senhora do Novo Mundo
Uma mulher importante para a família de Charles de Foucaul, entretanto não houve interesse que Anne fosse conhecida, mas ela foi uma das primeiras das Irmãzinhas com o chamado de estar no meio dos muçulmanos, na hostilidade da vida, desta forma abraçou a Cruz com Jesus até o fim, mesmo não tendo saúde, sua vida parece instável e imatura para a fundação de uma grande congregação, conhecida como as irmãzinhas de Jesus, fundada por Irmãzinha Madalena, mas os caminhos da vida para as duas foram mostrado diferentes e a Irmãzinha Anne seguiu sozinha e morreu miseravelmente.

Anne é uma mulher francesa, nasceu em Auray e sua história registrada vai do ano de 1936 até 1945, desejava ser religiosa, todavia sua a saúde era frágil o que tornou empecilho para a realização de seu sonho, porém o seu diretor espiritual, Padre Baetenan (lazarista), mediou para que Anne acompanhasse Madalena e sua mãe ao deserto numa experiência evangélica, mesmo não emitindo realmente a condição da saúde de Anne, mas concomitante a saúde de Madalena também não era boa e desta forma precisaria de uma companheira no deserto entre os povos pobres.

"a realização do ideal que descobria ter sido concretamente vivido por Charles de Foucauld podia concretizar-se na ideia de partilhar a vida do povo do deserto".

Anne e Madalena que tinham aspirações conhecidas conheceram a figura do Beato Charles de Foucauld, segundo Jesus (1981) através da biografia de Foucauld escrita por René Bazin, este livro que conta a vida do homem que viveu no coração do deserto para amar até seu assassinato em 1916.

Anna e Madalena
Tinham a mesma vocação e o desejo, o que comitou para que elas estivessem juntas nessa experiência evangélica desembargando na Argélia, no norte da África em 6 de outubro de 1936 e começaram neste país com um centro social chamado 'casa de Obras de Caridade do Pe.de Foucauld em pleno bairro muçulmano, onde desenvolveram um trabalho assistencial, contudo ainda faltava algo, apesar de morarem numa casinha bem pobre, trabalharem muito e serem afamadas pelo povo.

Então, para pedir luzes foram em peregrinação em 1938 a El-Golea para inauguração de uma Igreja feita sob o túmulo do Irmão Carlos. Na ocasião conheceram Monsenhor  Noeuet e o pe.Voillaume que posteriormente as ajudariam na construção da vocação no início de uma fraternidade.

Ao retornarem o Pe.Declerq as informou que não precisavam mais delas, visto que a congregação de freiras Servo de Jesus Sacerdote assumiriam o trabalho. Elas sofreram por ter que deixar o trabalho e o povo, contudo viram como sinal de Deus para elas.

Elas procuram o Monsenhor Noeut em 31 de outubro de 1938 em El-Abioth para que ele cumprisse uma promessa feita a elas de acolhimento na Diocese, entretanto para que elas fossem aceitas fora exigido que elas passasse por um processo de noviciado com as as irmãs Brancas, em São Charles-Birmandreis passando a tornar religiosas e não leigas.

Não sabe a opinião de Anne sobre o assunto, porém é sabido que ela acompanhou Madalena no Noviciado que durou um ano e que para ela não foi fácil adaptar a vida religiosa institucional, por isso teve dúvidas da sua vocação, uma vez que tinha 30 anos e outros planos, como estar no deserto, porém assumiu suas responsabilidades, sempre maleável na cozinha e muitas vezes ignorada.

Não foi considerada cofundadora por não participar da elaboração das Constituições, mas fez a profissão simples com Madalena no convento das Irmãs Brancas  em 8 de setembro de 1939.
Irmãzinhas noviças e dominicanas

Em 1939 como religiosas foram a Tauggourt, onde fizeram numa construção abandonada a primeira fraternidade. A vida não era fácil, chegaram duas vocacionadas que logo desistiram por não aguentar a falta de água, a fome, a pobreza; também Anne quer desistir, após 4 anos com Madalena. Em 4 de Julho Irmã Madalena escreve: "Anne apesar de toda a sua generosidade, ela parece não ter vocação".

Anne faz uma tentativa desastrosa junto as Clarissas em 1940, ficando menos de  um mês na congregação a ponto de a superiora ter que pedir Ir.Madalena para ir buscá-la. Mesmo com dúvidas Anne continua na Fraternidade de Madalena e por isso é submetida a um novo noviciado em Lyon, prova que ela passou para fazer sua profissão religiosa, que aconteceu em julho de 1941. O interessante que na sua segunda profissão Anne a dedica as tribos do Islã, mostrando seu amor por essa causa.

O desejo de viver entre os arábes, com os nômades nas tendas era a vocação de Anne, por isso não poderia fazer outra coisa, porém em 1944 Monsenhor Mercier pede a Madalena que esperassem oito meses para irem a Sidi-Boujnan, todavia Ela não aceitou e partiu para Argélia sem consultar Madalena que estava em Lyon, deixando a fraternidade com uma única bagagem, deixando Madalena em estado de choque.

Ela fora viver sozinha, sem proteção com os mulçumanos do grupo Kabylle, em um local com entulhos cedido pelos padres brancos, passando diversas privações. Sua saúde era frágio, desta forma foi atacada por tuberculose, foi hospitalizada em diversos locais, sendo que morreu em 1948 com 39 anos no sanatório de Birtraria em El-Biar.

Madalena a considerou uma irmãzinha da fraternidade, reconhecendo seu amor aos muçulmanos e sua vocação heróica.

Referencias

IRMÃZINHA MAGDELEINE DE JESUS. A Fraternidade das irmãzinhas de Jesus. Boletim Verde. 1952

BOURGEAT, C. Girouette dans le vent de L'espirit saint. 2008

JESUS, Petit Soeur Magdeleine de. Du Sahara ao monde entier. Novelle Cité. Paris. 1981

SPINK, K. O chamado do deserto. Edições Loyola. São paulo. 1997

'Eucaristia y evangelización - família Charles de Foucauld - 3|93 n90- Murcia-Espanha

SCANDIUZZI, Pedro Paulo. Charles de Foucauld e as três leigas: Anne, Suzanne e Elvira. São João do Rio Preto-SP. 2020




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