Negacionismo científico e histórico: O que fazer?

Terra plana uma das ideias negacionistas | Reprodução Istoe

               Deixar de vacinar as crianças, evidente é coisas perigosa, afirmações de que a terra é plana, outras de que não houve o holocausto dos judeus, etc são impensáveis, além das alegações que infelizmente estão se tornando comum na sociedade brasileira, trata-se de um negacionismo pueril contra as inúmeras evidências científicas.

Um dos negacionistas científicos do Brasil no âmbito ambiental Ricardo Felício, geógrafo, da Universidade de São Paulo - USP, que não tem  publicação sobre mudança climática afirmou categoricamente que o ser humano não é responsável pelas mudanças do clima, conforme Ricardo (2019) “(...) dizer que os seres humanos conseguem mudar o clima do planeta continua a ser um enorme embuste”.

Seguindo com mais exemplos, como o da exaltação ao Coronel Ustra feita pelo presidente do Brasil Jair Bolsonaro, então deputado federal, no dia do impeachment da Ex-presidente da República Dilma Rouseff, na câmara dos deputados, O advogado Miguel Reale Jr, disse em entrevista a Folha de São Paulo que o presidente Jair Bolsonaro “dá um tapa na cara da civilização”.

Nesse contexto de negação de fatos históricos e pesquisas científicas a educação tem papel primordial na promoção do conhecimento pois como o historiador francês François Furet que considerou a história o “sentido do progresso da humanidade” (Furet, 1986, p.135).

Hoje, evidentemente com a história analítica os historiadores tem a oportunidade para não cair na conversa de muitas reflexões sem bases sólidas, questionando-os, mediante análise e interpretação dos fatos, pois “Por ela, o historiador sabe que escolhe seus objetos do passado e que os interroga a partir do presente” (REIS, 2000,p.74).

Além disso, para refutar certas afirmações falsas têm a possibilidade de buscar inúmeros documentos sobre o assunto comentando, não somente documentos escritos e oficiais, pois “A história nova ampliou o campo do documento histórico” (LE GOFF, 1995, p.28).

Enfim, pode-se fazer o que teórico Napolitano propôs aos historiadores de se comunicarem mais com a sociedade usando os meios atuais. "A gente não é formado para fazer um bom programa de YouTube, um texto rápido e eficaz, e sim para escrever textos longos, complicados e chatos”, pois se historiadores, professoras e toda sociedade não se moverem na produção do conhecimento científico as consequências serão irreparáveis no agora ( curto tempo ) e principalmente ás futuras gerações ( longo tempo ).

 Por: Lucas Silva Vieira


Referências bibliográficas


«Aquecimento global é o tema de Encontro Democrático – Espaço Democrático». <espacodemocratico.org.br>. Consultado em 21 de julho de 2017.

ESTADO DE MINAS. ‘Não se pode negar o conhecimento’, diz professor de História da USP. Disponível em: <www.em.com.br/app/noticia/nacional/2019/04/28/interna_nacional,1049586/nao-se-pode-negar-o-conhecimento-diz-professor-de-historia-da-usp.shtml>. Consultado em 10 de setembro de 2019.

FOLHA DE SÃO PAULO. Miguel Reale Jr. diz que Bolsonaro dá 'tapa na cara da civilização' ao exaltar Ustra. Disponível em: <www1.folha.uol.com.br/poder/2019/08/miguel-reale-jr-diz-que-bolsonaro-da-tapa-na-cara-da-civilizacao-ao-exaltar-ustra.shtml>. Consultado em 18 de setembro de 2019

FURET, F. A oficina da História. Trad. Adriano D. Rodrigues. Lisboa: Gradiva, 1986.

LE GOFF, Jacques. A História Nova. São Paulo: Martins Fontes, 1995.

MEDIUM. O perigo do negacionismo histórico brasileiro. Disponível em: <medium.com/@laurofelipe/o-perigo-do-negacionismo-histórico-brasileiro-c574a841e5ac. ACESSO EM 17-09-19>. Consultado em: 17 de setembro de 2019.

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