Pinturas encontradas na Amazônia revelam convivência de animais da Era do Gelo com humanos

 


Pinturas rupestres recém-descobertas por pesquisadores em Chiribiquete, na Amazônia colombiana, oferecem mais uma prova de que os primeiros habitantes da floresta tropical conviveram com animais gigantes da Era do Gelo. Os desenhos pré-históricos estão entre os mais antigos registros da interação de humanos com enormes criaturas, como mastodontes. O local é conhecido como a "Capela Sistina" da arte rupestre.

Lá foram encontradas pinturas de veados, antas, jacarés, morcegos, macacos, tartarugas, serpentes e porcos-espinhos, além de espécimes da megafauna da Era do Gelo. Desenhos desses animais extintos podem ser encontrados na arte rupestre do Brasil, mas os especialistas acreditam que as pinturas de Chiribiquete são mais realistas. No local, existem representações de criaturas como preguiças gigantes, mastodontes e camelídeos. Todos esses animais nativos foram extintos, provavelmente devido a uma combinação de mudanças climáticas, perda de seu habitat e caçadas humanas.

Pouco se sabia sobre esse lugar, até que Carlos Castaño, arqueólogo e antropólogo colombiano, teve que fazer uma viagem à Amazônia colombiana em 1986. Lá, ele encontrou um verdadeiro tesouro perdido: mais de 75 mil pinturas rupestres que retratam a rica diversidade biológica da região. Os pesquisadores estimam que alguns dos desenhos possam ter sido feitos há cerca de 20 mil anos.

A descoberta das novas pinturas foi feita por pesquisadores do projeto ERC LASTJOURNEY, da Universidade de Exeter, na Inglaterra. O Parque Nacional onde os desenhos se encontram foi declarado patrimônio cultural e biológico da humanidade pela UNESCO em 2018. No idioma karijuna, falado pelos indígenas que habitavam a região, Chiribiquete significa "colina onde se desenha".

Fonte: Universidade de Exeter

Imagens: 
Marie-Claire Thomas/Wild Blue Media/Reprodução e e Álvaro Gaviria

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