ORÍGEM DO DOMINGO DE RAMOS DA PAIXÃO DO SENHOR

 


Por: Pe. Benedito Mazeti

O Domingo de Ramos da Paixão do Senhor se aproxima das nossas vidas. É muito importante saber o duplo significado desta celebração tão importante para a Igreja. A festa indica dois mistérios diferentes, dois tons de espiritualidade diferentes e também duas histórias diferentes: “Ramos” e “Paixão”.

 

No Ocidente tinha só um Domingo da Paixão do Senhor, no Oriente um Domingo de Ramos. O Domingo de Ramos, como nós o celebramos hoje, é uma mistura de duas importantes tradições: a primeira tradição vem da Igreja de Jerusalém que desde, o século IV, no Domingo antes da Páscoa, celebravam a entrada do Senhor em Jerusalém. A segunda tradição vem da Igreja de Roma que faziam neste Domingo a memória da Paixão do Senhor. Portanto, a procissão com os ramos tem sua origem na Liturgia de Jerusalém; de lá passou para a Liturgia da Espanha e da Gália (hoje França); bem mais tarde, por volta dos séculos VII e VIII, a Igreja de Roma também a assumiu. Só bem mais tarde com o passar dos séculos adotou no lugar do rito de entrada a procissão de Ramos. Nessa Liturgia celebramos a entrada messiânica de Jesus em Jerusalém para realizar a Sua Páscoa. O uso dos ramos faz uma referência à Festa das Tendas. Agitar os ramos, caminhando e cantando hinos de vitória ao Cristo, Rei, e Redentor, aclamamos Jesus como Messias e Salvador. Ele vem realizar todas as promessas do Antigo Testamento, da Lei e dos Profetas e instaurar o Reino de Deus: justiça para os pequenos; participação de todos em igualdade, em vez de grupos poderosos dominando o povo; convivência fraterna sem exclusões, sem discriminações; paz entre os povos e diálogo entre as culturas; plena comunhão com Deus.

 

Jesus não entra em Jerusalém a cavalo porque era símbolo do poder romano, símbolo da conquista, do confronto, da dominação e símbolo de guerra, mas entra cavalgando num jumentinho símbolo do desarmamento e da simplicidade. Ele não se identificou com os poderes deste mundo. Como diz um canto do padre Zézinho: “Catalogaram Jesus, Catalogaram Jesus por não andar na direita, na esquerda, no centro ou na situação. E por não ser fariseu. Por não falar com essênios, zelota ou governo nem oposição. E por não ser fariseu e por não ser saduceu. Classificaram Jesus como herege blasfemo, inimigo e perigo mortal pra nação”.

 

Cristo nunca se identificou com nenhum poder desse mundo e a Igreja para ser fiel a Ele também não pode se identificar com os poderes desse mundo, nem com a direita e nem com a esquerda, para não perder a sua missão profética de anunciar, denunciar e levar esperança a todos. 

 

O cortejo fúnebre que Cristo não teve na Sexta-feira Santa, devido seu rápido sepultamento ao ser tirado da Cruz, foi antecipado no Domingo de Ramos com a multidão que o acompanhou de Betfagé até Jerusalém.

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